9 de janeiro de 2015

Mulheres atuais, padrões antigos


Mulheres e seus dilemas...
Mulheres e suas descobertas...

Venho pensando muito na condição atual feminina. Hoje, ocupamos uma posição de liderança, representamos uma fatia expressiva na economia nacional e mundial e ainda nos deparamos com cobranças internas e externas para assumirmos responsabilidades que nossas bisavós desenvolviam num cenário extremamente diferente.

Atuo com executivas, estudantes, empreendedoras e reconheço a angústia dessas mulheres que vivem o conflito entre seus objetivos e o protocolo estabelecido socialmente há anos.

O primeiro mito é que toda mulher tem que casar. Então, muitas começam a corrida desenfreada em busca do casamento. Algumas me dizem que estão correndo contra o relógio biológico, outra pressão cada vez mais presente. Então é feita uma equivalência complexa, casar e ter filhos se tornaram urgência na vida da mulher do século XXI.

O que faz mulheres competentes se submeterem as mais diversas situações para garantir um casamento com possibilidade de prole, sem avaliar com carinho e seriedade o que querem de uma relação homem e mulher?!

Costumo lembrar minhas clientes que um fator gerador de sucesso é ter definidos seus critérios.Às vezes, minha colocação gera espanto, pois parece que escolher os critérios para se relacionar é algo surreal, considerando o mito que nós mulheres somos escolhidas e temos que sermos gratas.

Mulheres maduras profissionalmente, que tomam decisões o dia inteiro, às vezes nem sabem responder que critérios o seu relacionamento atende.

Outro dia, ouvi em alto e bom som uma brilhante profissional me confidenciar: “Melhor com ele do que ficar sozinha”. Então vamos para outro mito: vilão.

Eu acredito que antes de um casamento ou relacionamento, seríamos mais equilibrados se aprendêssemos a ficarmos em nossa fantástica companhia. Ficar só com você, conhecer seus anseios, seus sonhos, suas limitações e o que de fato tem para ofertar.Autoconhecimento é matéria faltante na grade curricular e presente para quem esta a fim, na vida.

Há pouco, fiz uma viagem sozinha durante seis dias, quando comentava sobre esse fato, algumas mulheres me olhavam penalizadas. Como se esse fosse o maior castigo para uma mulher. Eu estava felicíssima de poder ficar sozinha comigo. E ninguém ousou perguntar se foi uma opção consciente e prazeirosa. Mito construído e altamente limitante!

Outro padrão largamente praticado fora de época é que nós mulheres somos responsáveis por todos. O bendito instinto materno de cuidar, esquecendo que primeiro seria razoável cuidar de si, para depois salvar a humanidade. Essa, queridos e queridas, é uma grande armadilha do controle ilusório.

É desgastante e ineficaz querer controlar a vida alheia, até porque a vida segue um curso e quem quer o controle perde o encanto de viver.Querer controlar a vida dos colaboradores, dos pais, do namorado ou marido, filhos, irmãos e amigos só afasta do gerenciamento da própria vida.

Há algumas semanas ouvi uma empreendedora, que havia se separado há seis anos, dizendo que o ex-marido a acusava de ter acabado com o casamento dele! Quando ouvi essa frase, demorei alguns segundos para entender que estávamos falando do casamento dela!Ela desenvolveu tanto sua habilidade de controlar ou acreditar que podia controlar a vida e felicidade da família, que o ex estava usando esse mecanismo para culpa e se isentar da responsabilidade, assim como desconsiderar que o casamento dela também acabou.

Somos treinadas a abrir mão dos nossos desejos em detrimento dos demais, só que isso trará reflexos na sua vida e na vida dos beneficiados. Quando alguém abre mão de algo está fazendo um investimento, ou seja, a pessoa espera algo em troca.Isso nem sempre acontece.A médio e longo prazo aquela mulher altruísta se torna uma insatisfeita e amarga. 

Fica insustentável a relação.Como seria mais simples e mais feliz a honestidade consigo primeiro. Essa seria uma verdadeira atitude de amor e sensatez.Li há alguns meses, uma entrevista com a Marieta Severo, em que ela relatou que um dia antes de terminar o casamento com o Chico ela se deu conta de que ela desconhecia suas vontades, tamanho treino em atender o desejo dos filhos, maridos e todos demais. Ela cita que já não sabia responder a perguntas simples como se queria comer uma pizza ou outro prato, o que fosse decidido estava bom!Assumir seus desejos é diferente de impor, abrir-se para ouvir e também falar e respeito.

Definir com a mesma competência profissional o que se quer na vida pessoal e sabedoria. Usar o que desenvolvemos nos anos de conquista de espaço profissional seria útil. Sem cair no feminismo, afinal acredito no equilíbrio da relação homem e mulher com transparência, respeito, liberdade, bom humor e muito amor!Mudar os padrões mentais que limitam a felicidade, é o primeiro passo.

Sobre a Autora:

Dra. Márcia Dolores Resende, formada em psicologia e com formação completa em PNL (NLP Health Certification Training), Hipnose Ericksoniana e EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing), sendo treinada por profissionais que possuem uma grande experiência e um conceituado trabalho como: Robert Dilts, Suzi Smith, Tim Halbom, Steve Andreas, Teresa Robles e Dr. Stephen Gilligan.

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